Pelo menos sete deputados do partido, que ainda não anunciou oficialmente a sua saída da base aliada, assinaram o pedido
Deputados do PSDB protocolaram nesta quinta-feira um pedido de impeachment contra o presidente Michel Temer com base no conteúdo das delações premiadas da JBS. Pelo menos sete deputados do partido, que ainda não anunciou oficialmente a sua saída da base aliada, assinaram o pedido. A ação foi articulada pelo deputado João Gualberto (PSDB-BA).
Esse é o quarto pedido de impeachment protocolado desde essa quarta-feira (17), quando veio à tona as revelações de que Temer teria dado aval para que o empresário Joesley Batista comprasse o silêncio de presos na Lava Jato, como Eduardo Cunha.
A ação protocolada pelos tucanos foi articulada pelo deputado João Gualberto (PSDB-BA). Os outros três pedidos foram feitos por parlamentares da Rede e pelo deputado JHC (PSB-AL), que ocupa o cargo de terceiro secretário da Câmara.
Um novo pedido deve ser submetido à Câmara ainda nesta quinta, desta vez assinado em conjunto pelos partidos de oposição como PSOL, PDT, PCdoB, PT e Rede, além de PSB e alguns deputados dissidentes do PTB.
Tucanos
O PSDB deve anunciar em breve a sua saída do governo. Nesta quinta, deputados tucanos se reuniram para analisar a situação do presidente do partido, Aécio Neves (MG), que também é alvo de denúncias. O senador teve o mandato suspenso e deve ser afastado do comando da legenda.
Entenda o caso
Nessa quarta-feira (17), foi revelado pelo jornal “O Globo” que o dono da empresa JBS, Joesley Batista, gravou declarações comprometedoras do presidente Michel Temer (PMDB) e do senador Aécio Neves (PSDB) durante conversas informais. Batista, que já possui um acordo de delação premiada com a Justiça Federal, levou as gravações ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que fossem homologadas.
Nestas conversas, o presidente teria sugerido que se mantivesse pagamento de mesada ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e ao doleiro Lúcio Funaro para que estes ficassem em silêncio. Já Aécio Neves teria pedido R$ 2 milhões para ajudar a pagar suas despesas com a defesa na Operação Lava Jato.
Devido a isso, foi deflagrada, na manhã de hoje, a operação Patmos, que prendeu a irmã do senador, Andrea Neves e outras duas pessoas após ser expedido mandados de prisão preventiva pelo ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator dos processos ligados à Operação Lava Jato. (O Tempo)