Em palestra a estudantes da Universidade de Brasília (UnB), presidente do Supremo Tribunal Federal disse que não há como conviver com a corrupção, o que ela chamou de ‘fratura social’.
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, disse nesta terça-feira (22) que “todo governo só é legítimo se for honesto”.
Ela fez discurso sobre ética e política em um seminário sobre combate à corrupção no Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB).
“A falta de ética gera uma desagregação do tecido social e da estrutura estatal. É inaceitável, inadmissível. Todo governo só é legítimo se for honesto. Sem confiança, não há democracia. Democracia se dá pela segurança que o cidadão tem nas instituições.”, disse.
Para a presidente do STF, “não se pode seguir numa rua se ali estiver indicando contramão. Uma servidora pública que alimenta práticas antiéticas, isso é andar na contramão. Estado só vive pela confiança do cidadão nas estruturas de poder”;
A ministra disse que não há como conviver com a corrupção, o que ela chamou de ‘fratura social’.
“A única possibilidade de viver com o outro é confiando no outro. A base de toda convivência é a confiança. A corrupção é uma fratura social, uma prática que rompe essa união, a empatia pelo outro. Não há como conviver com a corrupção. A corrupção faz com que a nossa união com o outro seja dificultada”, disse.
Cármen Lúcia disse que o Brasil expôs e admitiu os casos de corrupção. “Poucos países tiveram a coragem de expor a corrupção, admitir que não quer mais conviver com isso. O estado é construído por todos nós”, afirmou a ministra.
A presidente do STF classificou a prática corrupta como uma “indignidade”, uma “injúria”.
“Quanto mais transparência, menor a possibilidade de corrupção. Se juntarmos o excesso de burocracia e a ausência de transparência, com toda certeza teremos facilitado a corrupção. O Estado precisa criar estruturas preventivas e repressivas da corrupção”, declarou.