A paraibana Juliette saiu do reality “Big Brother Brasil” em 2020 com a popularidade tão em alta (só no Instagram, ela juntou 30 milhões de seguidores durante o período de confinamento), que estava claro que se tratava de algo fenomenal, que estávamos diante de uma nova estrela. O que ela quisesse fazer dali em diante em termos artísticos — atuar, cantar, dançar, ser influencer, apresentadora etc. –, teria aprovação e apoio do público. Juliette escolheu a música e lançou ótimos singles, a maioria com sonoridades nordestinas atreladas às batidas tradicionais do gênero.
Não se sabe se por opção pessoal ou de seu staff (ela é agenciada pelo escritório de Anitta), Juliette parece ter deixado de lado o que no começo parecia algo inevitável: como tudo se renova em todos os gêneros, ela tinha popularidade e talento para se tornar a substituta natural de Elba Ramalho como principal representante feminina da boa música nordestina — boa aqui significa música bem feita em termos sonoros, com letras mais lapidadas do que se vê hoje entre os artistas do forrónejo, “forrófunk”, “forró-brega” ou piseiro.
Juliette mudou a chavinha e optou por um outro caminho, não se sabe se por enquanto ou pra sempre. Ela acaba de disponibilizar o álbum “Ciclone”, composto por com nove faixas, que marca o início de uma nova fase na sua carreira musical. O trabalho traz uma combinação de sonoridades em roupagem pop, somada às suas nuances culturais e referências como R&B, piseiro, trap e afrobeat. “Eu busquei uma perfeita harmonia entre o clássico e a vibração urbana, uma excursão criativa em que os elementos da música pop se entrelaçam com os ritmos das ruas e toques autênticos de nossas raízes. Cada faixa é uma viagem pelos sentimentos que vivi nos últimos anos, uma entrega apaixonada. Espero que as pessoas consigam se conectar com a minha essência“, explica Juliette.
O nome “Ciclone” faz uma analogia à vida da artista, que foi embalada por mudanças repentinas, impactantes e intensas, ela informa. Essa jornada acompanha uma sensação de renovação que se espelha na essência do álbum, lançamento da Rodamoinho Records, distribuído pela Virgin Music. Outro destaque são as participações especiais de Marina Sena, João Gomes, Dilsinho e do cantor e compositor maranhense Nairo e o fato de Juliette aparecer como co-autora de três canções — “Tengo”, “Diamante” e a faixa título.
As músicas “Sai da Frente” (lançada no fim de maio e com 30 milhões de plays apenas no Spotify), “Quase Não Namoro”, “Nós Dois Depois”, “Não Sou de Falar de Amor”, “Beija Eu”, “Ciclone” e “Ninguém” contam com produção musical do coletivo Canetaria, que assina projetos de cantoras como Anitta, Luisa Sonza e Claudia Leitte. A direção criativa dos visuais é de Felipe Sassi, que já trabalhou em grandes sucessos de Gloria Groove, IZA e Ludmilla. “O álbum é uma representação amorosa! São histórias de amor, mas não são românticas, representam outras diversas formas de amor. Este projeto vem para desconstruir a ideia da ‘Juliette boazinha’. A gente usou a trajetória dela como um catalisador para contar essa história nos clipes”, diz o diretor.
Todos estes elementos representam a nova era de Juliette, mais amadurecida artisticamente. “Este trabalho é uma parte muito especial de mim que agora posso compartilhar do jeitinho que é pra ser. Cada música é como um pedaço do meu coração e das minhas histórias. Espero que, ao ouvir, as pessoas sintam toda a emoção e verdade que coloquei neste projeto. É um sonho realizado e só tenho a agradecer por todo o carinho e apoio de todos que me acompanharam nessa jornada!”, descreve a artista.