Samu Regional, que não saiu do papel, e burocracia para a liberação dos veículos para as prefeituras do interior são entraves para o uso.
Quase 50 ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e ônibus, disponíveis para atender a população, estão abandonados em Minas Gerais. Em Belo Horizonte, são 19 ambulâncias paradas. Elas chegaram há 60 dias e estão prontas para usar, mas por enquanto não saíram no estacionamento. Estão cobertas por folhas e muita poeira.
O Ministério da Saúde entregou os carros para o governo de Minas renovar a frota do Samu, que atende mais de 200 cidades do interior. O investimento foi de quase R$ 3,5 milhões.
O descaso com ambulâncias em Minas não é de agora. Há um ano, o Jornal Hoje mostrou uma frota parada em São José da Lapa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. As ambulâncias também foram doadas pelo Ministério da Saúde. Voltamos lá agora e elas estão no mesmo lugar.
“Lá dentro tem uns dois aparelhos de fazer ultrassom, que a estimativa que cada um deles é avaliado em mais de R$ 270 mil. Tá tudo parado lá empoeirando”, disse uma pessoa que não se identificar.
A situação está ainda pior: agora tem também vários ônibus abandonados. Alguns já com pneu furado. Eles deveriam transportar pacientes do interior para tratamento na capital.
Os ônibus e as ambulâncias são de um projeto de 103 cidades da Região Central de Minas que se uniram em um consórcio para montar uma unidade do Samu Regional. Uma dessas cidades é Sabará, na Região Metropolitana, que tem três ambulâncias assim novinhas equipadas. Mas, que não podem atender emergência porque, como o projeto nunca saiu do papel, falta, por exemplo, uma equipe treinada para socorrer vítimas mais graves.
“É muito difícil para quem está do lado de cá ter toda a condição só tá faltando entrar na regulação”, disse a Secretária de Saúde de Sabará, Nicole Cuqui Alves.
A Secretaria de Saúde de Minas informou que não utiliza as ambulâncias porque elas foram doadas para o consórcio – e que agora instalou uma comissão para fazer o inventário dessas ambulâncias e dar um destino a elas.
O atual secretário do consórcio, Diran Rodrigues, disse que o convênio foi mal planejado na época e que se trata de um projeto de alto custo.
Sobre as dezenove ambulâncias paradas em Belo Horizonte, a secretaria disse que está esperando a documentação para transferi-las para as prefeituras no interior do estado.