Aleksander Ceferin diz que entidade não vai adotar a tecnologia no momento
O esloveno Aleksander Ceferin, presidente da Uefa, criticou a pressa da Fifa em adotar o árbitro de vídeo (VAR, na sigla em inglês) e insiste que na Liga dos Campeões da Europa não há plano, por enquanto, para embarcar por esse caminho. “Nós não vamos adotar por enquanto”, disse o cartola. “Não está certo a maneira que está sendo realizada. Isso não pode ser algo imposto de forma tão acelerada”, insistiu o dirigente, que também acumula o cargo de vice-presidente da Fifa.
Apesar de dois anos de provas e testes, inclusive pela Europa, Aleksander Ceferin acredita que é ainda prematuro e arriscado adotar a tecnologia já na Copa do Mundo deste ano, na Rússia. “Precisávamos de mais uns dois ou três anos de testes para saber exatamente qual é o impacto. Não estava na hora”, afirmou. “Até mesmo os árbitros estão vindo para alertar sobre os problemas. Não é algo tão fácil e óbvio”, alertou.
Na avaliação da Uefa, existe ainda confusão sobre os procedimentos, sobre o que fazer quando existem dúvidas e mesmos sobre o impacto no jogo. Em março, a International Board (Ifab) realizará uma reunião e irá declarar que o período de testes com a tecnologia funcionou. O anúncio permitirá que, pela primeira vez, uma Copa do Mundo seja equipada com o vídeo. “Eles (Fifa) irão adiante com o plano, não há dúvida sobre isso”, disse Aleksander Ceferin.
No total, 25 competições em 15 países diferentes estavam participando da fase de testes, entre eles a CBF. O cartola europeu se surpreendeu diante da decisão dos clubes brasileiros de interromper o uso da tecnologia para 2018. Mas insistiu que isso não fará diferença para os planos da Fifa.
O Brasil foi o primeiro caso de um país que fazia parte do grupo de campeonatos que testavam o sistema a optar por abandonar a tecnologia, antes mesmo de sua aprovação oficial. Os 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro decidiram que, por conta dos custos, não haverá árbitro de vídeo no torneio deste ano. O sistema custaria R$ 20 milhões e, para a CBF, caberia aos clubes bancar o investimento. Doze deles votaram contra, com uma abstenção e sete a favor.
No caso da Fifa, a introdução da tecnologia tem ainda uma outra dimensão: a financeira. A entidade espera que possa, já para a Copa do Mundo, obter patrocínios específicos para bancar o VAR.