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Pesquisa detecta febre amarela em Aedes albopictus em Minas

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Mosquitos, conhecidos como ‘Tigres Asiáticos’, foram capturados nos municípios mineiros de Itueta e Alvarenga. Instituto fará estudo para confirmar capacidade de transmissão vetorial do mosquito.
O Instituto Evandro Chagas (IEC) informou, nesta quinta-feira (15), que o vírus da febre amarela foi encontrado nos mosquitos Aedes albopictus, conhecidos como “Tigres Asiáticos”. A febre amarela silvestre é transmitida apenas pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes.
Segundo o pesquisador e diretor do IEC Pedro Vasconcelos, o órgão capturou os insetos no primeiro semestre de 2017 em áreas rurais próximas aos municípios de Itueta e Alvarenga, em Minas Gerais, e, agora, analisará se eles podem transmitir a doença. O resultado da pesquisa deverá sair em até 60 dias.
O pesquisador explicou que a presença do vírus no mosquito não significa, necessariamente, que o inseto possa exercer o papel de vetor da febre amarela e, por isso, afirmou que ainda não se pode falar em “risco”. Somente após a conclusão dos estudos, o instituto poderá afirmar se o Aedes albopictus tem essa capacidade de disseminar o vírus.
“A gente não pode falar em risco. Esse é um mosquito mais silvestre que urbano. Como ele se adapta bem a áreas florestais, ele pode ter sido infectado por macacos, mas não se sabe ainda a capacidade vetorial dele”, disse.
De acordo com Vasconcelos, na prática, a presença do vírus no mosquito significa que o Aedes albopictus está suscetível ao vírus da febre amarela em ambiente silvestre ou rural. Se houver transporte para áreas urbanas, o inseto poderia servir de vetor de ligação entre os dois ciclos possíveis no Brasil (silvestre e urbano) em um ciclo rural, como ocorre na África. Não há casos de febre amarela urbana no país desde 1942.
“Sempre existiu a possibilidade do Aedes albopictus vir a fazer esse papel de transmissor intermediário, ou seja, nas bordas das florestas e nas áreas periurbanas, mas nós não sabemos se ele tem a capacidade vetorial, de fato.”
O Aedes albopictus está presente em diversas regiões do país e há competição entre essa espécie e o Aedes aegypti, que habita o meio urbano e é transmissor potencial da febre amarela, além da dengue, zika e chikungunya.
“Encontrar o vírus no mosquito, por si só, não autoriza ninguém a afirmar que ele seja transmissor da febre amarela. Vários mosquitos são encontrados nas florestas infectados, mas somente os Haemagogus e o Sabethes são os transmissores da febre amarela silvestre”, completou o diretor do Instituto Evandro Chagas.
Urbana ou silvestre?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o governo brasileiro distinguem dois “tipos” de febre amarela: a urbana e a silvestre. As duas são causadas pelo mesmo vírus e têm os mesmos sintomas. A diferença, como apontam os nomes, está no local de contágio.
No caso da febre amarela silvestre, a transmissão é feita por mosquitos que vivem na beira de rios e córregos, como o Haemagogus e o Sabethes. Eles picam macacos infectados com a doença e “carregam” o vírus até humanos saudáveis.
Na febre amarela urbana, esse mesmo processo é feito por mosquitos da cidade – em especial, o Aedes aegypti, que também transmite dengue, zika e chikungunya. Nesse caso, o vírus é “obtido” a partir de pessoas doentes, e não de macacos.
Não há casos de febre amarela urbana no Brasil desde 1942 e também não há registro de mosquitos Aedes aegypti infectados com o vírus da febre amarela. A doença vem sendo transmitida por vetores que vivem em matas.

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