Nos últimos dias, a bancada estadual passou a inflar o empresário como opção para contrapor a pré-candidatura de Rodrigo Pacheco
Em meio ao racha no MDB entre os que defendem uma candidatura de oposição e os que querem manter a aliança com o governador Fernando Pimentel (PT), ganha força na legenda o nome do empresário Josué Alencar para disputar o governo, caso o partido opte por concorrer. O filho do ex-presidente José Alencar passou a ter o nome inflado nessa semana pelos emedebistas aliados de Pimentel, para se contrapor ao pré-candidato colocado, o deputado federal Rodrigo Pacheco.
Segundo parlamentares estaduais, Josué é o nome do momento. “Desde muito tempo ele já vem como grande referência, porque está no MDB, tem toda a história do pai e é muito respeitado. Nos últimos dias, depois que falamos em candidatura própria, o nome dele se fortaleceu muito”, disse o líder do MDB na Assembleia, deputado Tadeuzinho Leite.
A expectativa é que os parlamentares façam a defesa dele na reunião do Diretório Estadual marcada para esta segunda-feira (19) para aprovar a realização de prévias. O encontro foi mantido pelo partido mesmo após uma reunião da Executiva na quinta-feira passada (8). Convocada pelos deputados estaduais, ela deliberou pela mudança da data para 1º de maio.
O líder afirmou que mesmo os nomes colocados na última reunião da Executiva para concorrer – dos deputados estadual Adalclever Lopes e federal Leonardo Quintão – poderão sair de cena por uma candidatura de Josué. “Quando falamos na intenção de candidatura própria todo o partido lembra o nome dele. Acho que todo mundo abre mão. O Adalclever poderia concorrer ao Senado, por exemplo, creio que não haja dificuldade em se reorganizar”, disse.
Sobre a manutenção da data de 17 de março na convocação da reunião de segunda, Tadeuzinho Leite disse que se Andrade passar por cima da decisão da Executiva, ele terá de responder por isso. O deputado lembra que a definição oficial do posicionamento do partido, seja por candidatura própria ou por composição com outro partido, só será tomada na convenção partidária em julho.
Tanto empenho por isolar Rodrigo Pacheco se deve ao fato de ele ser visto pela bancada estadual como um nome patrocinado pelo PSDB. Isso porque ele tem se reunido com o grupo dos senadores e ex-governadores Aécio Neves e Antonio Anastasia. Para tentar dificultar a vida dele no partido, os deputados estaduais conseguiram fazer uma reunião da Executiva adiando para maio as prévias partidárias que o vice-governador Antônio Andrade havia marcado para março. A alegação oficial é que em maio não poderá mais haver trocas de partido, garantindo que quem estiver na legenda permanecerá na eleição.