Juiz justificou a dificuldade de deslocamento aos locais de audiência por parte das testemunhas, do Ministério Público Federal (MPF), advogados e outras partes envolvidas.
O Juiz Sérgio Moro, que é responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, decidiu suspender as audiências de um processo da Operação Lava Jato marcadas para segunda-feira (28) por causa da greve dos caminhoneiros.
As audiências envolvem testemunhas de defesa relacionadas ao processo do Sítio em Atibaia. O ex-presidente Lula é um dos 13 réus neste processo e responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A força-tarefa da Lava Jato diz que Lula recebeu propina proveniente de seis contratos firmados entre a Petrobras e a Odebrecht e a OAS. Os valores foram repassados ao ex-presidente em reformas realizadas no sítio avaliadas em R$ R$ 1,02 milhão. Lula nega as acusações.
O juiz justificou a dificuldade de deslocamento aos locais de audiência por parte de testemunhas, representantes do Ministério Público Federal (MPF), advogados e outras partes do juízo envolvidas.
“Há um movimento de paralisação de motoristas de caminhões nas estradas brasileiras. Há uma pauta de reivindicação legítima da respeitável categoria e que deve ser avaliada pelas autoridades competentes. No entanto, o prolongamento excessivo da paralisação e que inclui o questionável bloqueio de rodovias tem gerado sérios problemas para a população em geral, com prejuízos principalmente para o abastecimento de alimentos e de combustíveis nas cidades”, disse Moro.
“Espera-se que prevaleça o bom senso dos envolvidos, com a normalização da situação e antes que ocorram episódios de violência, mas considerando a incerteza em relação aos próximos dias, é o caso de, por prudência, suspender as audiências do dia 28/05/2018 e, oportunamente, redesigná-las”, argumentou Moro.
O juiz destacou que muito embora seja intenso o trabalho interno dos servidores, o expediente na Justiça Federal de Curitiba foi cancelado nesta sexta-feira (25).
Greve de caminhoneiros
A greve completou cinco dias nesta sexta-feira. A categoria protesta contra o aumento do diesel. Apesar do acordo anunciado na noite de quinta (24) para suspender paralisação por 15 dias, há 221 pontos de manifestações em todo o estado nesta sexta-feira (25). A greve também continua em outros estados.