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Lagarta com veneno capaz de matar é encontrada pela 1ª vez em Brasília

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Lonomia oblíqua é venenosa e pode causar insuficiência renal. Animal foi visto no Lago Sul.

A lagarta lonomia oblíqua foi encontrada pela primeira vez no Distrito Federal. A informação foi confirmada pelo Instituto Butantan, que monitora os acidente com animais venenosos no país. Colônias da espécie foram identificadas em quintais do Lago Sul, área nobre do DF.

O animal é bastante tóxico e, por isso, não pode ser tocado. As substâncias presentes na lonomia causam dor, vermelhidão, dor de cabeça e inchaço imediatos. A febre alta, que pode render alucinações, aparece nas primeiras 72 horas de contato.

Acidentes com a lonomia podem causar até hemorragia e insuficiência renal aguda, provocando a morte na falta de um tratamento correto.

Diferentemente das lagartas normais, as lonomias têm manchas brancas nas costas no formato da letra U. Elas se alojam, geralmente, em colônias perto de árvores e pomares, e são mais peludas do que as outras espécies.

O professor Ronaldo Accioly foi vítima de uma lonomia – ele estava no quintal de casa, sob uma árvore, quando uma lagarta caiu na mão dele.

“O reflexo foi dar um tapa com a outra mão. De imediato, já começou a doer.”

Accioly dormiu mal, foi para o hospital na manhã seguinte e recebeu três dias de atestado médico, sem poder trabalhar.

Sem veneno

O professor de educação ambiental Luiz Rios diz que, a partir das primeiras aparições, é importante ter cuidado ao encostar em árvores que possam estar contaminadas.

Rios pediu para que a população não tente matar os animais com veneno. “Isso pode espalhar as lagartas e criar novas colônias, além de matar outras espécies. E, se a pessoa matar outras espécies, pode inclusive aumentar o número dessas, que são as perigosas”, disse.

Para capturá-las, é necessário manter distância, usando uma pinça ou gravetos, por exemplo. Depois, basta colocá-las em um pote com tampa. As lagartas não são agressivas e não vão atacar de volta, segundo o professor.

A Associação de Moradores da QI e QL 26 do Lago Sul está recebendo os animais vivos e mandando para o Instituto Butantan para pesquisa. Até o momento, 212 lonomias foram enviadas.

Segundo a médica infectologista do instituto Fan Hui Wen, ocorrem cerca de 500 casos por ano de contatos entre lagartas e pessoas no Brasil, dos quais 0,5% resultam em morte. Há soro contra o veneno desta espécie desde 1996.

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