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Fachin prorroga investigações sobre obstrução de Justiça envolvendo parlamentares do PP

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Relator da Lava Jato deu mais 15 dias pra conclusão da investigação. Prorrogação é para aprofundar apuração sobre compra de silêncio de testemunha.

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou a investigação sobre obstrução de Justiça envolvendo o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PP-PI), o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) e o ex-deputado do PP, hoje no PROS, Márcio Junqueira.

Junqueira foi preso nessa investigação, deflagrada no fim do mês passado, e o deputado e o senador foram alvo de busca e apreensão em seus gabinetes e apartamentos funcionais.

Fachin decidiu conceder mais 15 dias de prazo para a Polícia Federal concluir o inquérito, que investiga a compra de silêncio de uma testemunha: José Expedito Rodrigues Almeida, ex-assessor do senador Ciro Nogueira. O prazo foi de 15 dias, menor que outras prorrogações de investigação, porque Márcio Junqueira está preso.

A Operação Lava Jato acompanhou e registrou em vídeo, em fevereiro, duas entregas de dinheiro feitas pelo ex-deputado a uma testemunha, o ex-assessor do PP Expedito Almeida. Investigadores suspeitam que Márcio Junqueira tentou comprar o silêncio de Expedito para que ele não incriminasse os parlamentares do PP em depoimentos.

Já Márcio Junqueira , em depoimento à PF, disse que o dinheiro se trata de uma ajuda financeira pessoal dele a Expedito, que estava com dívidas.

A gravação foi uma “ação controlada” da Polícia Federal, isto é, uma operação planejada com o auxílio do próprio Almeida, que procurou a PF para denunciar um esquema de captação de propina de políticos do PP, entre os quais Nogueira e o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE).

Segundo Expedito Almeida, o dinheiro – R$ 5 mil na primeira entrega, em 26 de fevereiro, e R$ 1 mil na segunda, em 28 de fevereiro – destinava-se à compra do silêncio dele.

O ex-assessor disse à PF que as entregas foram feitas por Márcio Junqueira, com o objetivo de que ele, Almeida, ficasse calado ou mudasse o teor de depoimentos dados anteriormente – desfavoráveis a Ciro Nogueira e Eduardo da Fonte. Nos autos da investigação, Almeida afirma que os pagamentos foram feitos “com a ingerência direta desses dois”.

Ciro Nogueira

A defesa de Ciro Nogueira disse, por meio de nota, que acompanhou as buscas da PF na casa e no gabinete do senador. A defesa afirmou, ainda, que desconhece as razões da determinação judicial.

“É certo que o Senador sempre se colocou à disposição do Poder Judiciário, prestando depoimentos sempre que necessário e, inclusive, já foi alvo de busca e apreensão. Continuará a agir o Senador como o principal interessado no esclarecimento dos fatos”, disse o advogado do senador.

Segundo a assessoria do senador, ele está em missão oficial em Bruxelas, na Bélgica, participando de um evento da Organização Mundial do Comércio (OMC) de 24 a 26 de abril.

Eduardo da Fonte

O deputado Eduardo da Fonte disse que está à disposição da Justiça. “Estou à disposição da Justiça sempre. Confiamos nela e em Deus”, afirmou por meio de sua assessoria.

Segundo a PF, o deputado Eduardo da Fonte estava em seu apartamento em Recife, na praia de Boa Viagem, e acompanhou o cumprimento do mandado de busca e apreensão pela Polícia Federal. Quatro policiais federais participaram da ação. O material apreendido será levado para Brasília, inclusive um telefone celular do parlamentar.

A Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados informou que acompanhou a operação de busca e apreensão no gabinete e no apartamento funcional do deputado.

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