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Cerca de um milhão de jovens mineiros não trabalham nem estudam

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Legião de 15 a 29 anos chamada de ‘nem nem’ reflete momento econômico

Um em cada cinco jovens de 15 a 29 anos em Minas Gerais não estudava nem trabalhava em 2017. Entre 2016 e o ano passado, a chamada “geração nem-nem” no Estado foi encorpada com mais 45 mil pessoas dessa faixa etária. São quase 1 milhão de jovens – nas idades consideradas mais produtivas – fora das salas de aula ou do mercado de trabalho.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nessa sexta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Tem uma questão de momento econômico”, explica Marina Águas, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. Só que o momento econômico ruim atinge homens e mulheres de forma diferente.

O economista Gustavo Fontes, coordenador da Pnad Contínua de Minas Gerais, ressalta que o índice aumenta quando se considera a questão do gênero: entre as mulheres mineiras de 15 a 29 anos, 24,3% estavam fora da sala de aula ou não tinham emprego. “Isso se explica porque muitas ainda cuidam dos afazeres domésticos”, ressalta.

“O índice também é mais significativo se considerarmos a faixa etária entre 18 e 24 anos”, diz Fontes. O percentual de jovens mineiros dessa idade que não trabalhavam nem estudavam subiu de 21,9%, em 2016, para 24,7%, em 2017.

No país. No Brasil, a parcela da população de 15 a 29 anos que não estava empregada nem estudava cresceu de 21,8% do total, em 2016, para 23%, no ano passado. São 11,16 milhões de pessoas de 15 a 29 anos nessa situação – 619 mil a mais do que em 2016.

Na análise conforme o sexo, 17,4% dos homens brasileiros de 15 a 29 anos não estavam ocupados nem estudando ou se qualificando, enquanto 28,7% das mulheres na mesma faixa etária estavam nessa condição em 2017.

Escolarização. A taxa de escolarização das pessoas de 15 a 17 anos no Brasil ficou em 87,2% em 2017 – praticamente o mesmo nível de 2016 –, mas apenas 68,4% dessa população estava na série de estudo adequada, ou seja, cursando o ensino médio. Isso significa que cerca de 1,3 milhão de adolescentes dessa faixa etária estão fora da escola, enquanto outros 2 milhões estão atrasados no país.

Nesse quesito, Minas apresenta uma situação melhor, conforme explica Fontes. “Atualmente, em Minas Gerais, das pessoas de 15 a 17 anos que deveriam estar frequentando o ensino médio, 75% estão nessa etapa”, diz. Ainda assim, um quarto dos jovens nessa faixa etária em Minas Gerais não está no ensino médio.

Quanto a anos de escolaridade, a média de Minas, de 8,8 anos, está bem próxima da média nacional, de 9,1 anos.

Analfabetismo recua, mas ainda é alto

A taxa de analfabetismo continua diminuindo no Brasil, mas em 2017 ainda alcançava 7% da população de mais de 15 anos, cerca de 11,5 milhões de pessoas, segundo o estudo do IBGE.

No ano passado havia 300 mil analfabetos a menos no país em relação a 2016 (7,2%). Apesar da queda, a taxa ainda ficou acima da meta do governo estabelecida para 2015, de 6,5%.

Em Minas, esse índice também caiu – de 6,2% em 2016 para 6% no ano passado. Mesmo assim, ainda havia 1,03 milhão de mineiros analfabetos no Estado em 2017.

Dentro do estudo, chama atenção o alto nível de analfabetismo da população maior de 60 anos: em Minas, o índice chega a 19,2%. A taxa ainda segue muito maior na população negra: 7,2%, em comparação com 4,3% dos brancos. (Com agências)

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