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Anglo American calcula que poderá deixar de gerar até R$ 1,3 bilhão com produção paralisada

A Anglo American divulgou nota no início da manhã desta terça-feira, 24 de abril, na qual afirma que a paralisação das atividades do Minas-Rio poderá acarretar em um impacto de US$ 300 milhões a US$ 400 milhões, o equivalente a R$ 1,3 bilhão pela cotação atual, no EBITDA (lucro antes da depreciação) da empresa. Apesar do grande impacto, a mineradora afirma que a prioridade atual “é garantir a integridade do mineroduto e a proteção do meio ambiente”.

Em linhas gerais, o EBITDA representa a geração operacional de caixa da companhia, ou seja, o quanto a empresa gera de recursos apenas em suas atividades operacionais, sem levar em consideração os efeitos financeiros e de impostos. O índice é um importante mecanismo para avaliar a saúde financeira do empreendimento, exatamente por eliminar os efeitos dos financiamentos e decisões contábeis, o que dá mais precisão à medição da produtividade e da eficiência do negócio.

A Anglo American está com a produção paralisada desde o dia 29 de março, quando o mineroduto mantido pela empresa se rompeu pela segunda vez no município de Santo Antônio do Grama, na Zona da Mata de Minas Gerais. Por causa dos incidentes, a mineradora já foi multada em cerca de R$ 200 milhões pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e pelo Ibama.

Desde o dia 17 de abril, 766 empregados estão em férias coletivas. A medida abrange áreas operacionais – como mina, beneficiamento e filtragem – em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, e afeta cerca de 20% do efetivo total da companhia no Brasil, 36% especificamente do Minas-Rio. Outros 98 profissionais foram transferidos para as operações de níquel em Goiás, que continuam normalmente. A empresa ainda negocia com sindicatos a suspensão dos contratos de trabalho desse pessoal (chamado de lay off) por até cinco meses.

A paralisação das atividades se mantém até que todo o mineroduto seja inspecionado minuciosamente. Depois, será feita uma análise detalhada dos dados obtidos, bem como uma avaliação das medidas corretivas que serão necessárias. Sendo assim, a expectativa atual informada pela Anglo American é de que as operações sejam gradativamente retomadas no último trimestre de 2018.

Sobre o incidente e suas consequências, Mark Cutifani, o  CEO da Anglo, afirma: “Nossas prioridades são garantir a integridade do mineroduto e a proteção do meio ambiente, bem como a máxima transparência perante nossos funcionários, clientes e outros parceiros comerciais. Nossas próprias equipes técnicas estão trabalhando lado a lado com duas equipes especializadas – do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – para identificar as causas de quaisquer anomalias em trechos específicos do mineroduto. Essa inspeção será  seguida por um período de análise e reparos, antes da realização de testes e o reinício das operações, mediante o recebimento da aprovação das autoridades competentes”.

A Anglo American voltou a descartar demissões neste período. “Estamos atualmente conversando com o sindicato para chegar a um consenso sobre os termos a serem aplicados para os aproximadamente 35% dos funcionários do Sistema Minas-Rio que entrarão em regime de paralisação temporária estendida. A proposta é fornecer, inclusive, qualificação profissional durante o período de afastamento, além de um pacote de remuneração mensal e benefícios. A maioria dos funcionários do Minas-Rio continua atuando em nossas operações no Brasil, inclusive nas obras necessárias para obtermos a licença de operação para a Fase 3 desse projeto no primeiro semestre de 2019 para que possamos atingir a nossa meta final de produção de 26,5 milhões de toneladas por ano”, disse o CEO da mineradora.

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