As rodovias de Minas Gerais têm, atualmente, 403 pontos críticos que podem trazer graves riscos à segurança dos usuários. Os dados são da 26ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias 2023, realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgada nesta quarta-feira (29 de novembro).
Conforme o material, são considerados locais de perigo elevado aqueles com queda de barreira, ponte caída, erosão na pista, buraco grande e ponte estreita. As localizações dessas áreas não foram divulgadas.
O conteúdo, que também traz dados a nível nacional, destaca que, diante do cenário atual, há uma necessidade urgente de investimentos para viabilizar a reconstrução, restauração e manutenção das rodovias. Especialistas também reforçam a necessidade de mudanças diante da situação atual e após mais um acidente gerar bastante comoção em todo o Estado.
Quando o assunto é a sinalização das vias, 75,3% da extensão da malha rodoviária do Estado é considerada regular, ruim ou péssima, e apenas 24,7% boa ou ótima. Além disso, 8,3% estão sem faixa central e 15,9% não têm faixas laterais.
A pavimentação é outro ponto de conflito. Em Minas Gerais, 70,6% da extensão da malha rodoviária avaliada têm algum tipo de problema. Já 29,4% está em condição satisfatória e 0,7% está com o pavimento totalmente destruído. No que diz respeito à geometria da via (traçado), 80,5% da extensão da malha rodoviária têm algum tipo de problema; 19,5% está boa ou ótima. As pistas simples predominam em 88,4%. Falta acostamento em 59,3% dos trechos avaliados e 22,9% dos trechos com curvas perigosas não têm sinalização.
Além de as condições das rodovias mineiras serem preocupantes por conta dos acidentes que podem acontecer devido às más condições, há também as questões de ordem econômica, conforme mostra a pesquisa da CNT.
Os dados revelam que as condições do pavimento em Minas Gerais geram um aumento de custo operacional do transporte de 42,2%, o que causa reflexos na competitividade do País e no preço dos produtos. Além disso, os acidentes causaram um prejuízo de R$ 1,75 bilhão no ano passado. Ainda em 2022, o governo gastou R$ 67,06 milhões com obras de infraestrutura rodoviária de transporte.
Neste ano, as estimativas são de que haverá um consumo desnecessário de R$ 198,1 milhões em litros de diesel por conta da má qualidade do pavimento da malha rodoviária, custando R$ 1,30 bilhão aos transportadores.
Segundo a pesquisa, os investimentos necessários para recuperar as rodovias no Estado, com ações emergenciais e de manutenção, são de R$ 16,63 bilhões. Ainda conforme os dados, do total de recursos autorizados pelo governo federal para a infraestrutura rodoviária em Minas neste ano (R$ 497,39 milhões), foram investidos R$ 36,05 milhões até o último mês de setembro, o que corresponde a 7,2%.