Um e-mail divulgado nesta quinta-feira (18 de abril) durante a Audiência de Gerenciamento de Caso da ação inglesa que trata do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, sugere que a empresa BHP estava ciente dos riscos de colapso da estrutura e, por isso, tinha envolvimento operacional na gestão da barragem (que era gerenciada pela Samarco).
A tragédia ocorreu no dia 5 de novembro de 2015 e matou 19 pessoas. Além disso, a lama desceu pelo rio Doce até o oceano Atlântico. O rompimento é considerado o maior desastre ambiental do Brasil e um dos maiores do mundo.
Conforme o escritório que representa milhares de vítimas em Londres, um e-mail enviado por um ex-executivo da mineradora anglo-australiana BHP um dia depois do rompimento da barragem demonstra que a BHP havia requisitado um relatório independente sobre a segurança da mina. O resultado teria, inclusive, sido mostrado para a diretoria da Samarco.
A Audiência de Gerenciamento de Caso da Ação Inglesa Mariana segue nesta sexta-feira. A sessão tem o objetivo de preparar o julgamento de responsabilidades das mineradoras Vale e BHP Billiton na tragédia — que deve começar no dia 7 de outubro deste ano e se estender por 14 semanas.
As empresas foram demandadas sobre a audiência. A Samarco informou que “não vai comentar”.