“Paulo Ricardo acorda! Seu maior parceiro de música partiu! Todas as brigas e batalhas terrenas perderam o sentido. Quantas coisas vocês dois fizeram juntos, quantos momentos passados juntos? É hora de ficar calado como se Luiz não existisse? A justiça dos homens fez isso? Por favor, não se mostre uma pessoa fria e cruel para até na hora sa morte esquecer seu grande parceiro!”, escreveu um fã. “Não vai falar nada do Schiavon? Ele era bom sem precisar querer se aparecer”, comentou outra seguidora. “Outros artistas quando morrem, em minutos você posta homenagem. Estamos esperando uma posição sua sobre a morte do grande Luiz Schiavon, pois sem ele suas músicas seriam só um baixo seco e uma guitarra distorcida. O Luiz foi primordial pra suas canções serem os clássicos que são hoje em dia”, criticou outro usuário do Instagram.
A batalha terrena na qual alguns fãs se referiram é sobre a autorização para o uso da marca RPM. Fundadores da banda RPM, os dois haviam rompido uma frutífera parceria desde que os demais integrantes do grupo (além de Schiavon, Fernando Deluqui e Paulo Pugni, este morto em 2019) acusaram Paulo Ricardo por má-fé e deslealdade ao registrar a marca do grupo apenas em seu nome. O caso foi parar na Justiça em 2021, quando a 20ª Vara Cível de São Paulo proibiu Paulo Ricardo de usar a marca RPM comercialmente, e até de gravar seus maiores hits, como “Olhar 43” e “Rádio pirata”. O cantor, que também teria que pagar uma multa no valor de R$ 112 mil, recorreu da decisão à época.
Idas e vindas
A primeira separação do RPM, banda de muitas idas e vindas, aconteceu no fim da década de 1980. No auge do sucesso, os integrantes do grupo começaram a discordar acerca das maneiras como deveriam guiar a carreira — e o tom de suas novas músicas.
“O que aconteceu foi que cada um de nós se sentiu muito seguro. Nsso ex-baterista P. A. resolveu cantar. Luiz Schiavon queria levar para um lado techno, com uma música menos natural e rock. Eu e Nando queríamos guitarras, e o Schiavon queria algo mais frio. Aí aconteceu um racha”, explicou Paulo Ricardo, em entrevista naquele período.
A mais recente desavença entre os músicos se deu devido a um contrato assinado em 2007, no qual os integrantes da banda se comprometiam a não explorar individualmente o nome RPM. Paulo Ricardo, no entanto, teria registrado a marca no Instituto Nacional de Propriedade Industrial como só sua, e não dos quatro.
O quarteto se reuniu novamente em 2017, em mais um retorno. À época, Paulo Ricardo avisou que não faria outras apresentações com os ex-parceiros, descumprindo um acordo, segundo a acusação. O último show aconteceu num navio. Em seguida, a banda foi relançada com outro vocalista, o novato Dioy Pallone.