Paralisação chegou ao nono dia nesta terça (29). Encontro serve para governo avaliar situação dos protestos e a retomada do abastecimento de produtos pelo país.
Os ministros que monitoram a greve dos caminhoneiros se reuniram mais uma vez no início da noite desta terça-feira (29), no Palácio do Planalto.
O grupo foi criado pelo presidente Michel Temer e faz duas reuniões por dia. O gabinete foi formado na sexta, quando Temer acionou um plano de segurança para desobstruir rodovias e garantir a retomada do transporte de cargas.
Para desobstruir as estradas, Temer decidiu na semana passada acionar as Forças Armadas e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Os protestos dos caminhoneiros afetaram o abastecimento de combustíveis, alimentos, medicamentos e outros produtos. A greve afetou o funcionamento de indústrias, escolas, hospitais, portos e aeroportos.
A greve está no nono dia. A categoria, que protesta contra a alta do preço do diesel, fechou um acordo com o governo para encerrar a paralisação. Um dos itens do acordo prevê a redução em R$ 0,46 no preço do litro do diesel durante 60 dias.
Apesar do acordo, ainda há registro de manifestações pelo país. Segundo a PRF, nesta terça restavam três pontos de interdição total de rodovias e outros 616 pontos de concentração de caminhoneiros, que ficam “em áreas às margens das rodovias e sem prejuízo à livre circulação”.
‘Normalidade’
Em entrevista concedida depois da primeira reunião desta terça, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o abastecimento caminha para a “normalidade”.
O ministro voltou a destacar a presença de “infiltrados” no movimento dos caminhoneiros, em manifestações que ganham contornos políticos.
Também nesta terça, Temer e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), divulgaram nota na qual afirmaram que tentarão colocar em prática o acordo com os caminhoneiros “no menor tempo possível”.
“Há necessidade indispensável de abastecer todos os setores da economia nacional, particularmente aos que dizem respeito a alimentação, medicamentos e combustíveis”, diz trecho da nota.
O acordo firmado com os caminhoneiros levou Temer a assinar medidas provisórias, já em vigor, mas que precisam ser aprovadas pelo Congresso para virar leis em definitivo. As medidas definem:
- Isenção da cobrança de pedágio para eixo suspenso de caminhões vazios, em rodovias federais, estaduais e municipais;
- Determinação para que 30% dos fretes da Conab sejam feitos por caminhoneiros autônimos;
- Estabelecendo de tabela mínima dos fretes.
O Senado deve votar ainda nesta terça uma proposta que elimina o PIS-Cofins que incide sobre o diesel até o fim deste ano. Na prática, esse projeto viabiliza parte da redução do preço do diesel.