A quatro dias do fim da campanha de vacinação contra a gripe, mais de 200 mil belo-horizontinos ainda não receberam a dose. O número de crianças e gestantes protegidas segue baixo, próximo à metade. Em Minas, cerca de 1 milhão de pessoas também precisam ser imunizadas. Não bastasse a cobertura insuficiente, a preocupação a partir de agora gira em torno da greve dos caminhoneiros, que pode atrapalhar ainda mais o serviço.
O Estado já avalia a possibilidade de prorrogar a campanha. A definição, no entanto, só deve ocorrer após o fim da paralisação e consequente normalização dos trabalhos. A informação foi dada ontem pelo médico José Geraldo Leite Ribeiro, da Coordenadoria de Imunização da Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Conforme a pasta, não faltam vacinas nos municípios. Por outro lado, Ribeiro explica que algumas cidades, mesmo abastecidas, dependem das ações executadas por equipes volantes, que, por conta da escassez de combustíveis, precisaram suspender algumas atividades. O médico também faz um alerta sobre o prazo para que a dose faça efeito, que é de 15 dias.
“Nossa recomendação continua a mesma. Quem puder deve se encaminhar o mais rápido possível aos postos, porque a proximidade com o inverno preocupa. Quanto mais atrasar para se proteger, mais perto do período crítico de circulação do influenza, e maior o risco para os grupos prioritários”, afirma.
Mesmo com o anúncio da manutenção de ponto facultativo até o fim de semana, a Secretaria Municipal de Saúde de BH informou que não há previsão de mudança no calendário. Nos próximos dias, os postos vão funcionar com 50% do quadro de funcionários, mas a expectativa é a de que isso não atrapalhe a imunização. O Ministério da Saúde também informou que a campanha prossegue até a próxima sexta-feira.
Proteção
Além de prevenir contra a gripe, a vacina disponibilizada ajuda na proteção a outras complicações. Neste ano, Minas registrou 57 mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que é quando um quadro de febre, tosse, dor de garganta e fadiga aparece associado à dificuldade respiratória e necessidade de hospitalização.
A dose está disponível, gratuitamente, em toda a rede pública para os grupos prioritários, formados por crianças de seis meses a menores de 5 anos, gestantes, mulheres com até 45 dias após o parto, pessoas acima de 60 anos, portadores de doenças crônicas, trabalhadores da saúde, professores, indígenas, jovens cumprindo medidas socioeducativas, presos e funcionários do sistema penitenciário.
Há contraindicação apenas para quem tem alergia à proteína do ovo. Especialistas indicam que idosos também tomem a dose da pneumocócica, que previne a pneumonia e tem duração de quatro anos.
Em BH, o serviço é disponibilizado nos 152 centros de saúde. É preciso apresentar o cartão de vacinação e documento de identificação. As demais pessoas podem procurar a dose em clínicas particulares. O preço médio é R$ 110.