Revisão ocorre após indicadores apontarem que recuperação da economia é mais lenta que o esperado. Previsão para cotação média do dólar neste ano passou de R$ 3,27 para R$ 3,35.
O governo federal reduziu de 2,97% para 2,5% a previsão de crescimento da economia brasileira em 2018. O dado consta do relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, divulgado nesta terça-feira (22) pelo Ministério do Planejamento.
A revisão do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – que é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país em um determinado período – já havia sido adiantada na semana passada pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, em entrevista à imprensa estrangeira.
A expectativa menor para o PIB neste ano é reflexo da divulgação de indicadores que apontam para uma recuperação econômica mais lenta do que o esperado.
Na quarta-feira, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) indicou retração de 0,13% no PIB no primeiro trimestre de 2018, na comparação com os últimos três meses de 2017 – o resultado oficial do PIB no primeiro trimestre será divulgado pelo IBGE no dia 30 de maio.
Além disso, no início de maio o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já havia apontado que a produção da industrial brasileira encerrou o primeiro trimestre estagnada, na comparação com o trimestre anterior, o que contrariou previsões do mercado.
Economistas também já vinham reduzindo sistematicamente sua previsão para o crescimento da economia. No mais recente relatório Focus, pesquisa semanal do Banco Central com mais de cem instituições financeiras, a estimativa para o PIB foi revisada de 2,71% para 2,51%.
Taxa de câmbio e inflação
No relatório divulgado nesta terça, o governo também aumentou de R$ 3,27 para R$ 3,35 a taxa média do câmbio em relação ao dólar. Isso significa que o governo crê que a cotação média da moeda norte-americana neste ano ficará em R$ 3,35.
O governo também reviu para cima a previsão para o preço médio do barril do petróle: de US$ 64,98 para US$ 68,30.
A revisão desses parâmetros tem impacto na estimativa de receitas do governo com impostos e tributos e é influenciada pelo movimento recente de valorização do dólar e ao avanço do preço do petróleo internacionalmente.
Por outro lado, o Ministério do Planejamento reduziu de 3,64% para 3,11% a projeção de inflação neste ano. Se confirmado, o resultado ficará abaixo do centro da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 4,5% em 2018.
No entanto, como a meta possui limites de tolerância para baixo e para cima, ela seria considerada, formalmente, cumprida.