Vereadora assassinada no Rio, motorista Anderson Gomes e argentino prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel estão entre os que receberam a maior honraria concedida pelo estado
O governador de Minas Gerais presidiu na manhã deste sábado a solenidade de entrega da Medalha da Inconfidencia Mineira. Este ano a cerimônia, reduzida, foi dividida em dois momentos distintos. A solenidade foi marcada por manifestações de apoio ao ex-presidente Lula, preso desde o último dia 7, e homenagens à vereadora Marielle Franco e ao motorista Anderson Gomes.
Na primeira etapa da cerimônia, realizada a pedido da população na Praça Tiradentes, Pimentel depositou flores no monumento a Tiradentes e recebeu o fogo simbólico para o acendimento da pira da Liberdade. Lá também aconteceram a cerimônia oficial de tiros e o hasteamento da bandeira. Em seguida, o governador foi para o centro de convenções, onde as medalhas foram entregues.
Nesta edição, 170 pessoas e entidades receberam três designações: Grande Medalha, Medalha de Honra e Medalha da Inconfidência. Além da vereadora Marielle, Anderson e o argentino prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, foram homenageados professores, militares, policiais, juristas, bombeiros, empresários, políticos, artistas, artesãos, ativistas de movimentos sociais e líderes religiosos.
A medalha de Marielle foi entregue para a companheira da vereadora, Monica Benicio. Parentes do motorista também estavam presentes para receber a honraria.
A capital de Minas foi simbolicamente transferida para Ouro Preto, nesta data que homenageia o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tira-dentes, mártir que lutou e disseminou o ideal de tornar o Brasil independente. O movimento, chamado de Inconfidência Mineira, teve fim após a traição de Silvério Reis e consequente enforcamento, após o seu esquartejamento.
Discurso
Em seu discurso , o governador Fernando Pimentel acusou “aqueles que o antecederam” de terem promovido obras faraônicas e superfaturadas em Minas Gerais. O governador aproveitou o discurso para criticar a prisão de Lula, dizendo que “A democracia está em risco, ameaçada pelos excessos e abuso do poder”.