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Anglo American propõe suspensão de contratos de trabalhadores por até cinco meses

Por meio de uma mensagem aos funcionários, a mineradora Anglo American avisou que negocia com os sindicatos da categoria a suspensão de contratos de trabalhadores por até cinco meses. O procedimento, chamado de lay off, atingiria colaboradores da área de produção, paralisada após dois rompimentos no mineroduto que liga Conceição do Mato Dentro ao Rio de Janeiro.

A suspensão temporária dos contratos aconteceria após os 30 dias de férias coletivas dos trabalhadores, que teve início na última terça-feira, 17 de abril. Durante o lay off, segundo a mensagem da mineradora, os colaboradores englobados passariam por cursos de qualificação. Nesse período, os funcionários receberiam uma bolsa mensal custeada pelo governo federal, por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador, cujo teto é de R$ 1.677,74.

Anglo American e sindicatos se reuniram na terça-feira para dar início às discussões da suspensão temporária. Na conversa, a empresa propôs complementar a diferença entre a bolsa custeada pelo governo (FAT) e o salário líquido de cada empregado, por meio de uma ajuda compensatória mensal, sem natureza salarial. A proposta considera, ainda, a manutenção dos benefícios previstos em Acordo Coletivo. Os trabalhadores, no entanto, não receberiam 13º salário proporcional, férias proporcionais, abonos, adicionais de qualquer natureza (incluindo o de turno e hora noturna, in itinere e extraordinária), depósito do FGTS, entre outros benefícios pactuados pela CLT.

A proposta é discutida com o Sindicato Metabase de Itabira e Região e o Sindimina, do Rio de Janeiro. Segundo a Anglo American, o acordo busca “garantir tranquilidade para os empregados e para a empresa enquanto executamos as atividades de inspeção do mineroduto”. “Quanto mais avançarmos nesses trabalhos e nas medidas de reparo, mais precisas serão nossas previsões de retomada. Já os empregados terão assegurados, por esse período, o recebimento da bolsa paga pelo FAT, da ajuda compensatória oferecida pela Anglo American e a manutenção de todos os benefícios”, argumentou a empresa aos funcionários.

A Anglo American encerra o texto direcionado aos colaboradores afirmando que segue trabalhando “de forma obstinada” para sanar os problemas e zelar pela operação segura do mineroduto. Só após a completa averiguação e testes bem sucedidos é que será retomada a produção do projeto Minas-Rio. A empresa estipulou um prazo de três meses para a retomada, mas o período de cinco meses conversado com os sindicatos para a suspensão dos contratos já indica que os procedimentos poderão demorar mais que o previsto.

A Anglo American, por meio de sua Assessoria de Comunicação, informou que não se manifestará sobre o comunicado distribuído aos trabalhadores, pois ainda não houve definição da suspensão dos contratos. Empresa e representantes da categoria voltarão a conversar na semana que vem.

Férias coletivas

De acordo com a Anglo American, 766 empregados estão em férias coletivas desde a terça-feira, 17 de abril.  A medida abrange áreas operacionais – como mina, beneficiamento e filtragem – em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, e afeta cerca de 20% do efetivo total da companhia no Brasil, 36% especificamente do Minas-Rio. Outros 98 profissionais foram transferidos para as operações de níquel em Goiás, que continuam normalmente. (De Fato/Itabira)

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